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A educação dos surdos é um problema inquietante por suas dificuldades e limitações. Ao longo da história, esse assunto tem sido polêmico, gerando desdobramentos em várias vertentes com diferentes consequências. Políticas de inclusão têm tentado corrigir questões históricas no ensino de surdos no Brasil. Excluídos durante muito tempo do processo educativo tradicional, eles começaram, nos últimos anos, a compartilhar as salas com ouvintes em algumas escolas do País. Contudo, a existência de classes mistas, vista como alternativa para integrar crianças e jovens surdos à comunidade, nem sempre funciona. Há relatos negativos, de alunos desmotivados, com dificuldade de aprendizagem e inseridos em ambientes sem infraestrutura adequada. Nas tentativas iniciais de educar o surdo, além da atenção dada à fala, a língua escrita também desempenhava papel fundamental. Os alfabetos digitais eram amplamente utilizados. Eles eram inventados pelos próprios professores, porque se argumentava que se o surdo não podia ouvir a língua falada, então ele podia lê-la com os olhos. Falava-se da capacidade do surdo em correlacionar as palavras escritas com os conceitos diretamente, sem necessitar da fala. Muitos professores de surdos iniciavam o ensinamento de seus alunos através da leitura-escrita e, partindo daí, instrumentalizavam-se diferentes técnicas para desenvolver outras habilidades, tais como leitura labial e articulação das palavras. Os surdos que podiam se beneficiar do trabalho desses professores eram muito poucos somente aqueles pertencentes às famílias abastadas. É justo pensar que houvesse um grande número de surdos sem qualquer atenção especial e que, provavelmente, se vivessem agrupados, poderiam ter desenvolvido algum tipo de linguagem de sinais através da qual interagissem. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em 2010, 71.283 alunos deficientes auditivos, surdos e portadores de surdez e cegueira estiveram matriculados na educação básica, tanto em classes regulares quanto em escolas ou turmas de ensino especializado. Até 2015, todos os cursos de licenciatura e pedagogia brasileiros deverão contratar um profissional de Libras. O objetivo é auxiliar na formação dos futuros professores da educação básica. Quando se propõe a inclusão de crianças surdas na escola regular, várias interrogações vêm à tona, colocando em dúvida se essa experiência é capaz de incluí-las no contexto sem mudar a representação dos ouvintes, ou se é mais uma vivência que, mascaradamente, associa-se ao sistema de exclusão. Falar de inclusão/ exclusão requer uma busca de conhecimento capaz de esclarecer situações e propor uma prática coerente com seu discurso. Afirmar isso quer dizer que, se a prática e o discurso da inclusão não se transformarem, os surdos estarão vivenciando, sistematicamente, a chamada inclusão excludente, descrita por Skliar (1998). Esse autor define inclusão excludente como uma forma, relativamente nova, através da qual parece que um grupo é considerado dentro de um
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